quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Práxis de hoje e de antigamente

O homem na história sempre procurou compreender e interpretar sua própria narrativa, o conjunto das suas ações como ser social. Tal processo de compreensão, de conscientização da importância da interação humana, é entendido como práxis.

De acordo com Marx, práxis é o agir consciente, no qual o homem, diferente de qualquer outro animal, realiza suas ações traçando um objetivo e buscando um resultado para, desta forma, auxiliar no processo de construção da história coletiva.

Entretanto, enquanto o homem de antigamente lidava com necessidades básicas e sua relação social baseava-se mais na busca da liberdade e a liberdade de todos; a modernidade impôs um consumismo brutal e fez com que o homem passasse a pensar mais em si mesmo, suas necessidades crescentes, desconsiderando o bem comum.

Também na sociedade moderna, infelizmente, com o predomínio do poder em mãos das classes mais organizadas, as regras deixam de abranger o todo, o bem comum, e acabam sendo criadas para preservar grupos sociais, e o benefício de ações sociais continua restrito a poucos, num perverso círculo vicioso. Neste processo, parte da população já não consegue nem mesmo suprir suas necessidades mais essenciais.

No Brasil, ainda há fatores históricos mais complicadores. Além de causas universais, as políticas sociais e econômicas do país visavam, já no início de nossa colonização, à exploração de recursos para envio ao exterior e não se concentravam em melhorar as condições de vida do brasileiro. Como resultado, o Brasil, país de riquezas potenciais imensas, apresenta índices de desigualdade absolutamente assustadores.

É nesta encruzilhada que nos encontramos atualmente no nosso país. Podemos até mesmo ter melhorado nossos números econômicos, podemos ter alcançado o alardeado status de ‘emergente’ e, não me entendam mal, há grande mérito neste progresso. Entretanto, a realidade de nossas ruas, o abismo social e econômico flagrante de nossa população e a desigualdade de renda exigem que enfoquemos o problema da pobreza e da desigualdade de modo mais concreto. Devemos buscar eliminar as causas estruturais da pobreza, o que implica na tomada de ações políticas para eliminar os vícios de auto-preservação.

Portanto, devemos nos conscientizar do nosso dever em criar instrumentos democráticos, mas torná-los acessíveis à população como um todo, para que possamos, enfim, cuidar das necessidades do povo, para que possamos finalmente escrever um novo capítulo social no Brasil.

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